domingo, 22 de março de 2009

Pensamento critico: o objectivo das ferramentas cognitivas Jonassen Capitulo 2

Todas as pesquisas contemporâneas concluem que o pensamento é um processo complexo e multifacetado, uma das mais divulgadas teorias psicologias do pensamento é de Gardner, que nos fala das “múltiplas inteligências”.
A teoria sobre inteligências múltiplas (Gardner, 1983 e Gardner e Hatch, 1989) argumenta que existem sete tipos diferentes de inteligência, cada um com a sua utilização: lógico-matemática (padrões lógicos e numéricos e raciocínio dedutivo usada pelos matemáticos, cientistas e lógicos), linguística (sensível aos sons e significados de palavras, usada por escritores se professores de literatura), musical (ritmo, passo e melodia, usada pelos músicos), espacial (memória espacial, manipulação e transformação de percepções de objectos visuais, usada por artistas e arquitectos), corporal-cinestésica (controlo dos movimentos corporais, usada pelos atletas e artistas competentes), interpessoal (estados de espírito, temperamentos, motivações e comportamentos de outras pessoas, usada pelos conselheiros, assistentes sociais e vendedores) e intrapessoal (próprios sentimentos, motivações, necessidades, forças e fraquezas, usada para orientar o comportamento de cada um).
Todos estes tipos de pensamento, com vários níveis de competência, são utilizados pelos indivíduos, combinando-os diferentemente.
De todas as concepções do pensamento contemporâneo nas escolas, o pensamento crítico (que envolve a lógica, a análise, a planificação e a inferição) é o mais comum e, por isso, a forma mais útil de descrever as ferramentas cognitivas. Neste sentido, o autor defende que o uso das ferramentas cognitivas baseadas no computador envolve o pensamento dos alunos sobre os tópicos que estão a estudar, resultando numa melhor compreensão, e aquisição de competências de aprendizagem úteis.
Nos modelos tradicionais de pensamento critico, Paul equaciona pensamento significativo com pensamento critico e lógico e com pensamento auto-disciplinado e auto-orientado. Aquele, afirma que os elementos do pensamento incluem a “capacidade para formular, analisar e avaliar, entre outros, o problema; o propósito; o quadro de referência; os factos; as teorias; as inferências; e as implicações que se seguem. E, consiste, em determinadas competências: apreender o significado de uma afirmação; julgar se há ambiguidade num raciocínio; se uma afirmação é suficientemente específica; se uma conclusão indutiva é garantida, entre outras.
Ennis acrescenta que estas competências acontecem em três dimensões: lógica (relações entre significados), crítica (saber os critérios para julgar afirmações com dimensão lógica) e pragmática (considerar o contexto e a decisão se a afirmação é boa para o objectivo). Esta concepção de pensamento critico, é muito orientada pela lógica.
Nos actuais modelos de pensamento crítico, Walters (1990) considera os resultados das concepções tradicionais como a vulcanização dos alunos (Spock, o Vulcano, em Star Trek é incapaz de pensar ou agir ilogicamente; era objectivo; sem imaginação, intuição e pensamento metafórico).
Jonassen concorda com Walters quando este argumenta que a inferência lógica, a análise crítica e a resolução de problemas são fundamentais para um bom pensamento. No entanto, só são úteis se tiverem como complemento a imaginação, a introspecção e a intuição, essenciais para a descoberta. Assim, se os alunos se concentrassem apenas no pensamento lógico seriam “vulcanos”, pelo contrário, devem apreciar as múltiplas perspectivas para a construção significativa do pensamento. Para além destas, existem outras concepções de pensamento crítico. Litecky define pensamento crítico como o esforço mental e activo que dá significado ao nosso mundo, examinando cuidadosamente o pensamento, de modo a compreender melhor os conteúdos.
Segundo o autor, para comparar os efeitos do uso das ferramentas cognitivas torna-se mais fácil usar uma única concepção de pensamento crítico, o Modelo de Pensamento Integrado (Departamento de Educação de Iowa, 1989) que entende competências de pensamento complexo como um sistema interactivo. Este modelo contém três componentes básicas: Pensamento Elementar/de Conteúdo, Pensamento Critico e Pensamento Criativo.
O Pensamento elementar/de conteúdo é o conhecimento aceite, é a metacognição, resolve problemas, concebe e toma decisões. O Pensamento crítico é o conhecimento reorganizado, analisa, avalia e relaciona. O Pensamento criativo é o conhecimento gerado, sintetiza, elabora e imagina.

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